segunda-feira, 27 de março de 2017

O imposto-cerveja


O imposto-cerveja Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação


 O ministro Henrique Meirelles sobe à boca de cena para anunciar uma "novidade": para compensar o rombo no orçamento da União, que prevê um déficit de R$ 139 bilhões, o governo vai...aumentar os impostos.

 Como o mico-leão dourado na Mata Atlântica, a classe média resiste. Sobrevive até o próximo incêndio. E como é que o governo responde a essa sua volúpia fiscal? Retribui com impecáveis serviços de saúde ? Com estradas impecavelmente conservadas? Com segurança pública digna dos países escandinavos?

 Retribui, isto sim, com impostos suecos e serviços do Sudão. E com o aumento do salário dos "corporativos" – todos aqueles funcionários públicos que têm o poder de definir os seus próprios ganhos.
Em plena Lua-de-Mel do Plano Cruzado – lembram-se? – a cervejota foi eleita a mascote da "nova economia", assim como o frango e o iogurte se transformaram nos símbolos do Plano Real. Hoje, até os símbolos pioraram muito. A "mascote" da crise é a carne podre...

Nem é bom dar a idéia. Mas o governo não surpreenderia nenhum brasileiro se viesse a criar um novo imposto só sobre a cerveja.  Haveria maior penalização para a classe dita trabalhadora?

Já tem bebedor do velho xarope de malte, lúpulo e cevada organizando passeata preventiva contra um possível aumento de tributos sobre esse indispensável e espumante remédio.

Depois de uma grande assembléia, ficará decidido que o protesto se dará contra a "expansão" do imposto, nunca pela abstinência do líquido. Se, por um instante, todos bebessem menos cerveja, o preço cairia, claro, segundo a  famosa lei da oferta e da procura -  que um vereador ilhéu um dia quis  "revogar". Mas a proposta encontraria irremovível resistência. Ninguém vai querer largar a cervejinha e encolher a barriguinha.  Seria muito sacrifício para esses tempos de crise perpétua.
                                                                   ***
 Uma "Comissão" se avistará com o presidente Temer para sugerir que o governo distribua justiça entre os consumidores. Para ser justo, que taxe o consumo pelo volume da "micção" de cada um.
Isso mesmo. O sujeito pagaria apenas pelo que os seus rins processassem.  Um "isento" teria o direito de "deduzir" dois litros por dia.  

 Qualquer mililitro acima disso, pagaria o "Imposto-Cerveja".

Claro, o único problema seria como medir. Ninguém ia querer declarar o armazenamento real de sua bexiga para o fiscal do governo -  que instalaria um "Xiximóvel"  em cada bar.A turma ia partir pra sonegação, fazendo um xixi clandestino nos postes do caminho. 




Diário Catarinense