Foto:
Léo Cardoso / Agencia RBS
Os
turistas que passaram pelos principais destinos do litoral de Santa
Catarina nesta temporada foram mais econômicos com hospedagem,
transporte, lazer e compras no comércio se comparado o último balanço
com os gastos do ano passado. As praias catarinenses também receberam
menos visitantes argentinos.
Animados com os resultados da
temporada anterior, empresários do turismo contrataram funcionários
extras em maior número para este verão, mas menos da metade dos
empreendedores considerou o movimento positivo. Como consequência, o
setor registrou queda de 14% no faturamento. O levantamento é da
Pesquisa Turismo de Verão 2017, elaborado pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) em Florianópolis, Balneário
Camboriú, Imbituba, São Francisco do Sul e Laguna.
O estudo
completo será apresentado nesta segunda-feira, às 10h30min, no Sesc
Cacupé, na Capital. Além de indicar uma temporada abaixo das
expectativas em valores, a pesquisa aponta uma mudança no perfil
socioeconômico dos turistas. Enquanto o movimento de visitantes das
classes A e B teve ligeira queda, a fatia da classe C se manteve na
média e a presença da classe D mais do que dobrou.
– Observamos
uma mudança no perfil do turista, expresso na classe social
preponderante e no gasto médio menor. A desvalorização do dólar em
relação ao ano anterior pode ter impactado na queda no número de
visitantes e no poder de compra dos países vizinhos, sobretudo da
Argentina, Uruguai e Chile, tradicionalmente responsáveis por uma boa
fatia do turismo catarinense – aponta o presidente da Fecomércio, Bruno
Breithaupt.
Problemas em relação à mobilidade, abastecimento de
água e tratamento de esgoto também podem ter frustrado as classes A e B
no verão anterior, destaca o gerente de planejamento da entidade, Renato
Barcellos.
– Para as classes mais altas, isso é o mínimo que se
exige. Os problemas recentes acabam tendo influência nesse segmento.
Cabe ao setores público e privado entenderem esses números e avaliarem
qual a melhor maneira de atrair novamente o turista com maior poder
aquisitivo – reforça.
A maioria dos visitantes na última temporada
preferiu ficar em imóveis próprios e alugados ou na casa de parentes e
amigos. Houve retração de cerca de 5% no setor hoteleiro. Somente três
em cada 10 turistas buscaram hospedagem em hotéis e pousadas. Por outro
lado, o tempo médio de permanência aumentou em até três dias no período.
Hotéis baratos foram mais procurados
A participação das classes menos favorecidas no turismo no litoral catarinense também se reflete em números do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis. Hotéis de alto padrão registraram as maiores baixas, enquanto houve maior procura por hospedagens consideradas modestas.
Hotéis baratos foram mais procurados
A participação das classes menos favorecidas no turismo no litoral catarinense também se reflete em números do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis. Hotéis de alto padrão registraram as maiores baixas, enquanto houve maior procura por hospedagens consideradas modestas.
–É mais uma demonstração da
perda do poder aquisitivo. Tivemos quase o mesmo número de pessoas,
gastando 30% menos. Quando a economia está estagnada, o turista nem
sempre deixa de viajar, mas procura opções mais baratas. Na crise, a
primeira economia se concentra no lazer – observa o presidente da
entidade, Estanislau Bresolin.
O presidente da Santur, Valdir
Rubens Walendowsky, pondera que os resultados não devem se resumir ao
litoral. A Serra catarinense e eventos do calendário de festas,
salienta, têm proporcionado balanços positivos ao setor. Quanto aos
números do litoral, Walendowsky defende que não se busque justificativas
apenas do ponto de vista econômico.
– Se avaliarmos nossas
cidades litorâneas nos últimos 10 anos, o que de novo aconteceu para
atrair as pessoas? Se o turista não vê algo novo, passa a procurar
outros lugares. A Serra melhorou a lotação porque é uma novidade –
alerta.