Estrutura será liberada para o tráfego em 23 de dezembro de 2018, segundo o Estado
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Cristiano Estrela / Agencia RBS
O uso da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis,
após a conclusão da obra, divide opiniões. Até mesmo dentro do poder
público há versões diferentes sobre a utilização da estrutura a partir
de 23 de dezembro de 2018, data estabelecida pelo Departamento de
Infraestrutura do Estado (Deinfra) para a entrega da reforma feita pela
empreiteira portuguesa Teixeira Duarte. Na última semana, a prefeitura
da Capital disse que pretende liberar o cartão-postal para pedestres, ciclistas e transporte coletivo. Para o governador Raimundo Colombo (PSD), no entanto, é necessário um estudo técnico que aponte o melhor caminho.
Na inauguração do novo complexo
da Secretaria de Segurança Pública (SSP), terça-feira, Colombo falou
sobre a intenção do município, que não pretende permitir o tráfego de
carros e caminhões sobre a ponte. Para opinar, o governador pediu um
levantamento técnico:
— Acho que ela tem de ser liberada ao
tráfego e para ajudar as pessoas. Gostaria de ter um estudo técnico,
termos algumas alternativas, que desse o melhor aproveitamento. Não é
uma decisão pessoal, quero realmente que a ponte preste o melhor serviço
à sociedade e seja utilizada plenamente.
Colombo
reforçou a argumentação do Deinfra de que a ponte terá capacidade para
receber veículos de qualquer peso. Deu a entender ainda que, sem o
estudo, pensa no cartão-postal para o uso de veículos. Além disso,
cobrou agilidade:
— No entendimento de leigo, ela tem que
trabalhar no momento de contra fluxo, mas aí tem que ter os melhores
técnicos dando os melhores resultados. Isso tem que ser feito em curto
prazo. Tem que liberar o problema da mobilidade, tem que causar o melhor
impacto para a sociedade. Até gostaria de ouvir os técnicos, o que for o
melhor para a sociedade, está bom para mim.
Projeto da prefeitura será apresentada neste mês
A
proposta desenhada pelo Instituto de Planejamento Urbano de
Florianópolis (Ipuf) será apresentada pelo prefeito Gean Loureiro neste
mês. O conceito desenhado prevê a ponte voltada para as pessoas, sem
necessariamente aliar a mobilidade urbana aos carros. Um estudo do
município aponta que o mesmo número de ocupantes de quatro ônibus
geraria uma fila do tamanho da extensão da estrutura, de 821 metros, se
estivessem em automóveis.
O projeto envolve diferentes órgãos
do município e do Estado com foco em fazer da estrutura um espaço que
concentre mobilidade, patrimônio histórico, turismo, cultura e lazer.
Por conta disso, estão previstos investimentos como a construção de
museus, o aumento de ciclovias e pequenas adaptações no trânsito. Devem
ocorrer alterações também no Parque da Luz, na cabeceira insular,
considerado fundamental para o entorno e aproveitamento dos espaços.
Diário Catarinense