João Rodrigues (PSD-SC) foi preso em fevereiro e poderá deixar a cadeia durante o dia para exercer as atividades parlamentares. Autorização para trabalho foi concedida pelo ministro Roberto Barroso.
O deputado João Rodrigues (PSD-SC), atualmente preso, durante
entrevista coletiva na Câmara nesta segunda-feira (11)
O deputado João Rodrigues (PSD-SC) voltou a trabalhar na Câmara nesta segunda-feira (11).
Preso desde fevereiro deste ano, João Rodrigues poderá deixar a cadeia da Papuda durante o dia para exercer as atividades parlamentares.
Na última quinta (7), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o deputado a exercer as atividades parlamentares durante o dia.
Ao conceder o benefício, Barroso atendeu a um pedido da defesa de João
Rodrigues. O ministro também determinou a transferência do deputado para
o regime semiaberto, conforme prevê a sentença condenatória.
Rodrigues foi preso por ordem do Supremo depois de ter sido condenado a 5 anos e 3 eses
de reclusão em regime semiaberto pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4)
por fraude e dispensa de licitação quando era prefeito de Pinhalzinho
(SC).
Ao comentar o assunto, nesta segunda-feira, João Rodrigues disse que
não pode "simplesmente ficar preso no regime fechado" como se fosse "um
grande corrupto, como se fosse um homem que desvia milhões, no momento
que o país está vivendo".
Rodrigues disse, ainda, se sentir injustiçado, além de "machucado, pisado e humilhado".
"Eu acho que a pior coisa do mundo é quando você paga pelo que você não
deve. Se eu devesse qualquer coisa que fosse, eu teria renunciado ao
meu mandato”, ressaltou, completando: “Eu só não abri mão para não ser
um réu confesso", afirmou.
Indagado sobre como será a rotina na Câmara, João Rodrigues disse
avaliar que não haverá dificuldade para a jornada de trabalho ser
fiscalizada.
Ele deve chegar ao Congresso às 09h e voltar para a cadeia às 20h quando não houver sessão.
Comissão
Antes de ser preso, João Rodrigues integrava a comissão que discute a formulação do novo Código de Processo Penal.
Ao conceder entrevista nesta segunda-feira, o deputado disse que pretende voltar à comissão se for absolvido pela Justiça.
"Eu já tenho uma experiência de dentro da cadeia. Eu me torno um pouco
mais conhecedor do que eu era. Porque uma coisa é fazer discurso aqui
fora, a outra é você saber o que é que é estar dentro de uma cadeia,
porque lá dentro é uma indústria de bandido. Lá tem uma fábrica de
criminoso", afirmou o deputado.
G1 SC