quarta-feira, 22 de junho de 2022

Mais de 400 policiais civis realizam operação contra facções do RS e de SP que movimentaram R$ 347 milhões em um ano

 

Estão na mira da polícia aqui no Estado 11 líderes do tráfico, 12 operadores financeiros, alguns laranjas , e cinco doleiros. FOTO: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS - Reprodução via site Gaúcha ZH


Cerca de 400 policiais civis cumprem nesta quarta-feira (22) 502 medidas judiciais, sendo 21 de prisão, 63 de busca, além de apreensão de imóveis, veículos, bloqueios de contas bancárias e de demais atividades financeiras contra duas facções gaúchas — uma tem base na zona sul de Porto Alegre e outra no Vale do Sinos —  que estavam em guerra na Capital. No início do ano, mais de 20 pessoas morreram em razão dos confrontos entre os criminosos. Uma  organização criminosa que atua em todo o Brasil a partir de presídios paulistas também é alvo da ofensiva policial, que ocorre em 10 Estados. Até as 8h30, 14 pessoas haviam sido presas.

Os três grupos, por meio de 58 investigados, movimentaram em apenas um ano o valor de R$ 347,8 milhões, num grande esquema de lavagem de dinheiro. A chamada Operação Pegasus, que conta com ação de helicóptero, é coordenada pela direção do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) diretamente do Ministério da Justiça em Brasília. 

A maioria das ordens judiciais são cumpridas no Estado: Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Eldorado do Sul, Santa Vitória do Palmar e Chuí.  Além de bens e atividades financeiras, estão na mira 11 líderes do tráfico, 12 operadores financeiros, alguns laranjas , e cinco doleiros. No restante do país, os alvos são gerentes financeiros, laranjas e empresários. Os suspeitos são de Garopaba, no litoral catarinense, Matinhos e Palotina, no Paraná, Franco da Rocha e Francisco Morato, em São Paulo, Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, Pouso Alegre, em Minas Gerais, Goiânia, capital de Goiás, Salvador, na Bahia, Porto Velho, em Rondônia e Humaitá, no Amazonas.

Investigação

Adriano Nonnenmacher, delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro do Denarc,  comanda a investigação. Segundo ele, o esquema de lavagem de dinheiro adotado tem como objetivo pulverizar ou fracionar ao máximo a distribuição do dinheiro oriundo do tráfico de drogas no Estado. A investigação identificou orientações para investir em empresas reais, ou seja, não montar estabelecimentos apenas de fachada, além da compra de dólares, investimentos na bolsa de valores e em 41 operadoras de criptomoedas em todo o Brasil. Tudo para dificultar o rastreamento.



Claudério Augusto via site Gaúcha ZH