O São Paulo conquistou o primeiro título com Rogério Ceni no cargo de
técnico. Após um empate sem gols no tempo normal, com muita briga e
cartões para os dois lados, o Tricolor novamente contou com boa
participação do goleiro Sidão na disputa de pênaltis, fez 4 a 3 no
Corinthians e se sagrou campeão da Copa Flórida.
Na cobrança de pênaltis, decisiva assim como na semifinal contra o
River Plate, o arqueiro que entrou no lugar de Denis pegou as cobranças
de Fellipe Bastos e Marciel. Araruna ainda errou, mas João Schmidt,
Cícero, Júnior Tavares e Gilberto converteram suas respectivas
cobranças. No Alvinegro, se salvaram Giovanni Augusto, Paulo Roberto e
Marlone.
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Após a partida, os dois times terão o domingo praticamente de folga nos
Estados Unidos antes de retornar para o Brasil, onde terminarão as suas
pré-temporadas. Enquanto o Tricolor tem apenas um cronograma de treinos
até a estreia no Paulista, contra o Audax, no dia 5 de fevereiro, em
Barueri, o Timão tem ainda um amistoso contra a Ferroviária, no dia 1º
de fevereiro, em Itaquera, antes de abrir o Estadual contra o São Bento.
Amistoso dá lugar a pancadaria e expulsões
Os dois treinadores falaram na véspera da partida que usariam o
clássico mais para testar as suas formações do que para buscar um
resultado específico. Promovendo alterações, como Guilherme no
meio-campo e Jô nas pontas, Carille queria saber como seu time reagiria a
uma escalação mais forte fisicamente. Do outro lado, Rogério Ceni deu
tempo de jogo ao zagueiro Douglas e apostou em manter a base que sobrou
contra o River Plate, apesar de não marcar gols.
As observações, no entanto, só duraram os primeiros 19 minutos, parte
do jogo em que os são-paulinos retiveram a bola e os corintianos
conseguiram fechar bem os espaços. O ponto determinante foi um
lançamento para Marquinhos Gabriel no ataque corintiano. Atento, Bruno
conseguiu vencer o alvinegro na corrida e jogou a bola para a linha
lateral. Tudo normal até o momento em que o lateral deu um chute na
cabeça do corintiano, desencadeando uma confusão em campo.
Jô foi o primeiro a chegar para tirar satisfação, interpelado por
Rodrigo Caio e Maicon. Kazim se juntou ao grupo, chegou empurrando
Wellington Nem e a tensão tomou conta do duelo, com xingamentos dos dois
lados. Cerca de dois minutos depois, o juiz Jonathan Weiner resolveu
dar cartão vermelho para Kazim e Maicon, os mais exaltados na confusão,
mas poupou o lateral são-paulino de qualquer punição.
Sem seu jogador de referência, Carille preferiu sair do 4-1-4-1 para o
4-1-4-0, marcando o São Paulo no seu campo de defesa. Ceni, por sua vez,
sacou Luiz Araújo e colocou João Schmidt para manter o trio defensivo,
valorizando a posse de bola. Com os ânimos mais calmos, o clube do
Morumbi seguiu com maior posse de bola, porém sem conseguir furar o
bloqueio corintiano. O lance de maior perigo, por exemplo, foi um chute
de longe de Wellington Nem, por cima do gol de Cássio.
Corinthians melhora, mas peca na pontaria
Incomodado com a falta de ofensividade do Corinthians na etapa inicial,
o técnico Fábio Carille promoveu mudanças na sua equipe no intervalo.
Marlone e Fellipe Bastos entraram nos lugares de Marquinhos Gabriel e
Camacho. Estreando pela equipe, Fellipe "deslizou" logo de cara, ao
escorregar na marcação de Cueva e levar a sorte de Gilberto, que recebeu
o passe do peruano na entrada da área, chutar em cima do goleiro
Cássio.
Com a bola no pé, no entanto, o meio-campista mostrou qualidade para,
aos 18 minutos, enfiar bola na medida para Marlone, no meio da defesa
são-paulina. O camisa 8 não conseguiu ajeitar o corpo da maneira que
queria, mas resolveu chutar mesmo assim, com a perna esquerda. A bola
decolou e foi por cima da meta tricolor. Quatro minutos depois, em nova
oportunidade, Romero cabeceou no contrapé de Sidão, mas mandou na trave.
O Timão continuou a mandar no jogo, principalmente com as mudanças de
Rogério Ceni, colocando jogadores ainda pouco acostumados com um
clássico. Em outra grande oportunidade, aos 27 minutos, Giovanni Augusto
recebeu lançamento cara a cara com o goleiro e chutou por cima da meta
de Sidão, que estava mal posicionado.
A partir dali, os dois times ficaram com mais receio de perder a
partida do que ganhar, apostando apenas em lançamentos longos e decisões
rápidas das jogadas, evitando erros. Na única chance até o encerramento
da partida, Gilberto apareceu livre dentro da área e cabeceou para o
chão, mas mandou para fora.
Gazeta Esportiva