Foto:
Cristiano Estrela / Agencia RBS
Final
é jogo de bola e também de nervos. Os últimos estaduais mostraram isso.
A Chapecoense reforçou o conceito no primeiro encontro com o Avaí pelo
título do Campeonato Catarinense de 2017. Aproveitou um leve
destempero do adversário para chegar ao fundo das redes. Os donos da
Ressacada, palco do confronto, perderam o lateral Capa depois de 17
minutos do apito inicial. Com um a mais, a Chape ampliou a vantagem com a
perna direita de Luiz Antônio. O Verdão também perderia um atleta
expulso. Não lhe fez falta, a vantagem foi ampliada.
Agora, o time
de Chapecó pode jogar pelo empate na Arena Condá, às 16h de domingo,
para ficar com o troféu – e sagrar-se bicampeão pela primeira vez no
Campeonato Catarinense. O Avaí vai precisar vencer por dois gols de
diferença. A missão azurra ficou ainda mais complicada. Não conseguiu
mudar a vantagem diante de 15.754 torcedores.
Briga de nervos
Pegada,
o teu nome é decisão. Da disputa de bola à discussão depois de falta
valorizada. O Avaí tinha a desvantagem, pressa e nervosismo. Se o título
vem com empate no placar agregado, era óbvio que a Chapecoense iria
bater um simples lateral ou escanteio quando a eternidade na porta
batesse. A pressão que gera indecisão, como aos 15 minutos, entre Alemão
e Betão dentro da área que sobrou para Rossi desperdiçar. Gera também o
destempero. Capa deixou as finais aos 17 minutos, depois de aplicar
cotovelada em Moisés Ribeiro. Ia embora a chance do Avaí em finalizar o
Catarinense sem atleta expulso. A chance de tirar a vantagem do
adversário diminuía.
A Chape cresceu, como não poderia deixar de
ser com a vulnerabilidade azurra de ter um a menos. Coube ao camisa 10
Marquinhos deixar a partida para dar lugar a Maurício e à reconstituição
do sistema defensivo. Pouco adiantou. O Verdão do Oeste já trabalhava
na fragilidade do adversário e nem precisou o lado esquerdo que Capa
deixou. Foi pelo outro, o direito, o bom da Chapecoense, que Luiz
Antônio apareceu para bater cruzado e rasteiro. Nem foi forte, mas o
bastante para passar por Kozlinski e se aninhar na rede. A vantagem era
ainda mais verde.
Mas a torcida avaiana não perdeu a esperança, e a
renovou três minutos depois do golpe de Luiz Antõnio. Aos 38, Andrei
Girotto também foi expulso, numa entrada forte e questionável se o
cartão vermelho era cabível. Heber Roberto Lopes julgou que sim e os
dois times jogariam com 10. No entanto, nem houve tempo para ao menos o
Avaí equilibrar as ações. A etapa inicial fechou no 1 a 0 em favor da
Chapecoense.
Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS
Segundo tempo
Ofensividade
era premissa do Avaí ainda antes de o jogo começar. Com o placar em
favor do adversário, foi ainda mais. Se a Chape travava e administrava
ainda mais o tempo, os donos da Ressacada se esforçaram na ligação
direta. As bolas iam em direção a Júnior Dutra, ou apareciam para ele.
Porém, o pouco tempo para escolher a jogada, face a marcação apertada
dos de verde, não permitia o arremate efetivo. Eu ia fora, ou fraco e
descomplicado para o goleiro Artur Moraes.
Passados 20 minutos,
Claudinei Oliveira tirou Maurício e botou João Paulo no jogo. A segunda
substituição foi gasta para o mesmo setor. Depois faria a mudança típica
para as circunstâncias, saída de volante e entrada de atacante. Foi
Luan, entrou Lourenço. A Vagner Mancini também agiu. Para levar a bola
para longe de sua área e não deixar o rival tomar gosto pelo ataque,
mandou Niltinho no jogo: velocidade para incomodar.
O Avaí ainda
teve oportunidade de marcar duas vezes com Denílson. O artilheiro azurra
na competição não conseguiu. A vantagem é ainda mais verde.
FICHA TÉCNICA
AVAÍ (0)
Kozlinski;
Leandro Silva, Alemão, Betão e Capa; Luan (Lourenço), Judson e
Marquinhos (Maurício e depois João Paulo); Romulo, Júnior Dutra e
Denílson. Técnico: Claudinei Oliveira..
CHAPECOENSE (1)
Artur
Moraes; João Pedro, Grolli, Luiz Otávio e Reinaldo; Moisés Ribeiro,
Andrei Girotto e Luiz Antônio (Natan); Rossi (Niltinho), Arthur Caike
(Osman) e Wellington Paulista.
Técnico: Vagner Mancini
GOL: Luiz Antônio, aos 35 do primeiro tempo (C).
AMARELOS: Wellington Paulista, Luiz Antônio (C).
EXPULSOS: Capa, aos 17 do primeiro tempo (A), e Andrei Girotto, aos 38 do primeiro tempo (C).
ARBITRAGEM: Heber Roberto Lopes, auxiliado por Neuza Inês Back e Helton Nunes.
Diário Catarinense