terça-feira, 21 de maio de 2019

Equipe de Bolsonaro se divide sobre apoiar atos pró-governo

Embora o próprio presidente Jair Bolsonaro tenha estimulado manifestações a seu favor, o ato marcado para o próximo domingo preocupa seus interlocutores mais próximos. A conta é simples. Se reunir menos gente do que na semana passada, quando milhares foram às ruas protestar contra o governo, a contraofensiva a favor de Bolsonaro pode representar "não um tiro no pé, mas um tiro na cabeça". Perder apoio das massas é algo fatal para um governo que tem no apoio popular sua arma para pressionar o Congresso
"Como não organizou uma base nos moldes do presidencialismo de coalizão, Bolsonaro está pendurado na rua. O problema é que o carisma de um líder é fugaz, não dura muito", resumiu o cientista político Paulo Kramer, que colaborou com o programa de governo de Bolsonaro.



Na semana passada, o presidente compartilhou em grupos de WhatsApp um texto que fala num País "ingovernável" fora dos "conchavos". Ao justificar o endosso à mensagem enviada, Bolsonaro disse, por meio de nota, esperar apoio da sociedade para "reverter essa situação".

O governo ainda não tem cálculo sobre quantas pessoas poderão aderir à convocação. A pauta diversificada - contra o Congresso, contra o Supremo, a favor da Previdência, em apoio ao governo - pode jogar contra. Um caminho seria reduzir a agenda ao apoio à reforma da Previdência, tirando o foco do presidente.


O time de Bolsonaro está dividido. Um grupo acha que o momento não é de estimular o confronto. Outro, que inclui a rede bolsonarista, defende partir para o "tudo ou nada"


Claudério Augusto via Terra