Uma série de e-mails trocados entre a proprietária da companhia aérea LaMia, a venezuelana Loredana Albacete, e o corretor de seguros da AON, o britânico Simon Kaye, demonstram que ambos sabiam das proibições para as operações da empresa boliviana que transportou a Chapecoense no fatídico voo que caiu no morro Cerro Gordo, em Medellín, na Colômbia, vitimando 71 pessoas em novembro de 2016.
Um dos exemplos ignorados por ambos é a proibição de que voos fretados sobrevoem o espaço aéreo da Colômbia. Além disso, as mensagens trocadas indicam favorecimentos políticos, desdém com a tripulação e um contato próximo com “aquela que cuida dos clubes de futebol”.
Os e-mails estão numa série de documentos disponibilizados ao Senado Federal e obtidos pelo UOL Esporte que demonstram que a companhia aérea tinha seguro para a aeronave. Em um dos trechos, a negociação demonstra que a LaMia contava com uma série de voos futuros para convencer a AON a assegurar a nave.
Com base nas mensagens fornecidas pela própria família Albacete, proprietária da LaMia, as famílias que perderam entes queridos no acidente da Chapecoense agora cobram responsabilização dos governos colombiano, boliviano e das seguradoras AON, Bisa e Tokio Marine – esta, citada como responsável pelo pagamento de uma espécie de “fundo humanitário” oferecido para as famílias no valor de US$ 225 mil para cada família, um valor diferente dos US$ 300 milhões que as famílias pleiteiam mediante o valor padrão de uma apólice aérea.
Claudério Augusto via Oeste Mais