quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Descoberta fraude em massa de ajudas para Covid-19 nas prisões da Califórnia

Presos do estado da Califórnia, incluindo assassinos em série, receberam centenas de milhões de dólares em ajuda relacionada à pandemia do coronavírus, um dos maiores desfalques na história do estado - anunciou a Procuradoria local nessa terça-feira.

Alertados sobre os pedidos de seguro-desemprego apresentados das prisões para acessar fundos liberados para aliviar a crise causada pela pandemia, os investigadores descobriram dezenas de milhares feitos em nome de detentos, informou a procuradora do condado de Sacramento Anne Marie Schubert em uma entrevista coletiva.

"Centenas de milhões de dólares - podem passar de 1 bilhão de dólares - já foram desembolsados (...) Será um dos maiores desfalques na história da Califórnia", declarou Schubert. O valor confirmado de 140 milhões de dólares já pagos a 20 mil presos é apenas uma prévia. Estima-se que o valor total seja muito mais alto.

As autoridades pagaram mais de 420 mil de dólares a cerca de 130 pessoas no corredor da morte, incluindo o assassino em série Wayne Ford, que matou quatro mulheres antes de se entregar ao escritório do xerife da Califórnia em 1998, com um seio amputado no bolso.

Scott Peterson, condenado pelo assassinato de sua esposa grávida e do feto, e o "assassino de Yosemite", Cary Stayner, também receberam dinheiro. "Francamente, os presos estão rindo de nós", disse Schubert.

Para fazer muitos dos pedidos, foram usados os nomes, endereços e números da Previdência Social reais dos condenados para enviar cartões de débito para residências em todo país. Estes auxílios foram aprovados para pessoas que ficaram desempregadas pela pandemia do coronavírus.

De acordo com o resultado de uma força-tarefa recém-formada, pagamentos foram feitos para "estupradores, abusadores de crianças, traficantes de seres humanos e outros criminosos violentos". O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse que se trata de algo "absolutamente inaceitável" e prometeu destinar "o máximo de recursos possível para investigar e resolver esse assunto rapidamente".


Claudério Augusto via site Correio do Povo