Expectativa é de que situação comece a se normalizar nesta sexta-feira
Anúncio do possível fim da greve foi feito por ministros de Temer
Foto: Valter Campanato / ABr / CP
O governo federal anunciou um acordo para suspender a greve dos
caminhoneiros por 15 dias a partir desta sexta-feira. O anúncio foi
feito na noite desta quinta, em uma declaração de ministros Eliseu
Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Eduardo
Guardia (Fazenda) e Valter Casimiro (Transportes) – o presidente Michel
Temer não estava presente. A expectativa é de que a situação comece a se
normalizar nas próximas horas. Uma nova reunião em junho ficou marcada.
Um
dos itens acordados com representantes dos caminhoneiros é que a
redução do preço do diesel – divulgado pela Petrobras ontem – será
mantido por 30 dias e não apenas 15 como foi inicialmente divulgado.
“Vamos criar um programa de subvenção econômica e não haverá prejuízo à
Petrobras”, explicou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
O
ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmou que o governo
irá reduzir a Cide a zero já para este ano. “Nós conseguimos
estabelecer, para o óleo diesel, a previsibilidade do preço por 30 dias.
Vamos editar as tabelas de preços de frete trimestralmente”, disse. Uma
medida provisória será editada para que a Conab reserve 30% de seus
fretes para autônomos.
Além disso, dentro das propostas
aprovadas pelo Congresso, a reoneração da folha de pagamento não irá
afetar empresas de cargas e transportes.
Sem unanimidade
A
decisão de suspender a paralisação, porém, não é unânime. Das onze
entidades do setor de transporte, em sua maioria caminhoneiros, que
participaram do encontro, uma delas, a Associação Brasileira dos
Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil caminhoneiros, recusou a proposta. O presidente da associação, José Fonseca Lopes, deixou a reunião no
meio da tarde e disse que continuará parado. “Todo mundo acatou a
posição que pediram, mas eu não”, afirmou. “Vim resolver o problema do
PIS, do Cofins e da Cide, que tá embutido no preço do combustível”,
disse Lopes.
Os quatro ministros, além do ministro do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, se
sentaram à mesa com representantes dos caminhoneiros decididos a ter um
respiro na paralisação, que afeta distribuição de produtos em todo o
país. Os ministros entendem que o governo e a Petrobras têm mostrado
iniciativa suficiente.
Os representantes dos caminhoneiros
pedem o fim da carga tributária sobre o óleo diesel. Eles contam com a
aprovação, no Senado, da isenção da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins
incidente sobre o diesel até o fim do ano. A matéria foi aprovada ontem
pela Câmara e segue agora para o Senado. Caso seja aprovada, a isenção
desses impostos precisará ser sancionada pelo presidente da República.
Correio do Povo